sexta-feira, 28 de novembro de 2008

a luta por moradia na cidade-modelo
No dia 23 de Outubro cerca de 1.500 famílias (6.000 pessoas) foram violentamente despejadas de uma área de 170 mil m² que ocupavam no Bairro Fazendinha. A ação foi executada pelo Governo do Estado através da Secretaria de Segurança Pública, e contou com a omissão e o descaso da Prefeitura de Curitiba. A alegação é que se tratava de invasão de propriedade particular, feita por pessoas que não precisavam de moradia. A realidade, contudo, é o contrário disto, - apesar da propaganda oficial afirmar que Curitiba é uma cidade modelo, o fato é que nesta capital existem nada mais, nada menos que 40.000 famílias sem moradia digna, o que corresponde a cerca de 200.000 pessoas.
A área ocupada no Bairro Fazendinha é um imenso latifúndio urbano que não cumpre qualquer função social. O suposto “proprietário” do terreno é um poderoso grupo empresarial, sobre o qual recaem acusações e condenações por grilagem de terra. Por ambos os motivos, a Constituição brasileira respalda que a área deva ser destinada à moradia popular.
As famílias ocupantes da área não são, de modo algum, pessoas “abastadas”, como levianamente alega a Prefeitura, mas trabalhadores organizados que solidariamente lutam pelo elementar direito humano à vida digna. Diante dessa situação, qual é a atitude do poder político e econômico? Envia a polícia para reprimir e criminalizar a luta do povo. Os movimentos sociais, porém, sabem que sua causa é justa e não desistem da mobilização.
No mesmo dia em que estas famílias foram despejadas, cerca de 200 delas voltaram e acamparam nas calçadas, em frente à área ocupada na Fazendinha. A reivindicação é simples: Direito à moradia digna já! Os problemas sociais não podem ser resolvidos pela polícia. Trabalhadores organizados não são criminosos!
Agora, com a palavra, o Poder Público e a Prefeitura de Curitiba...